Na noite da última quinta-feira, 24, foi realizada no município de Camaquã uma Audiência Pública que discutiu o modelo de pedagiamento previsto para a BR-116 entre Camaquã e Porto Alegre.
Presente na reunião, o prefeito em exercício de Tapes, Eduardo Simchen, declarou que o aumento do número de praças significa um golpe nos municípios da região, que trabalham para atrair novos investimentos e turistas. “Com mais pedágios, vamos riscar a possibilidade de receber novas empresas e abrir novos postos de trabalho de nossas perspectivas. Temos que lutar contra este modelo”, conclamou.
Com a intenção do governo federal de implantar mais cinco praças na BR-116 (uma a cada 30 quilômetros), a comunidade regional acendeu o sinal de alerta. Três delas deverão ser instaladas em Camaquã, Barra do Ribeiro e Eldorado do Sul, e duas estarão posicionadas em locais estrategicamente escolhidos para evitar rotas de fugas e obrigar o motorista a pagar tarifa.
Outra liderança da Costa Doce que se posicionou contrária a implantação de novas praças de pedágio foi o deputado estadual, Marcus Vinicius Vieira de Almeida, do Progressistas. "Os pedágios da maneira como foram desenhados simbolizam o "sepultamento" de várias cadeias produtivas da nossa região, o turismo é impactado, a instalação de novas empresas e indústrias serão prejudicadas, o investimento logístico acaba também sendo afetado, fora que toda a produção rural. Para nós da Costa Doce mais pedágios significa menos desenvolvimento. Vamos lutar para que isso não aconteça", frisou o deputado.
Durante as quase três horas que durou a audiência pública, lideranças políticas, empresariais e de trabalhadores manifestaram contrariedade ao projeto em curso. Os principais argumentos são que o modelo proposto onera a produção, prejudica os negócios existentes e afugenta novos empreendimentos na região.
O Governo Municipal de Tapes seguirá com sua posição contrária a implantação de novas praças de pedágio, pois entende que isso desestimulará a economia, a geração de empregos e a atração de investimentos locais.
Um relatório com a síntese do debate ocorrido na audiência pública será encaminhado ao Ministério dos Transportes, à bancada federal gaúcha e a Agência Nacional de Transportes Terrestres, junto com um pedido para que a ANTT prorrogue o prazo de consultas públicas sobre a concessão.
Com informações da Agência de Notícia ALRS.